segunda-feira, 30 de maio de 2011

Boteco em Níu-Orlím


Encontrei com Woody Allen
num boteco em Níu-Orlím.
Nome besta! nem parece
que por lá tem butiquim!

Tava ele e seu whisky
Eu, com asco, disse assim:
Toca um jazz pra nós, seu Woody
que o som tá bem ruim...

E pega o sax! só que logo
que meteu a boca lá
alguém grita: - ai ui! ai ui!
e desembesta a gritar

Grita seis segundos mais
e por cinco soa o sax;
já por quatro alguém gritava:
- que sujeito incapaz!
Se toca assim tão mal
pergunto: porque que traz?

Mas, malandro metido a besta
estraga com qualquer festa
E esse tal de whisky bosta
garanto, só traz moléstia
bebo: já fico torto
os óio oiando a testa

mas tô vivo enquanto escuto o som
porque se vida após a morte é bom
eu juro: ainda prefiro esta...

eu, torto, ôiava as coisa:
e as coisa ôiava pra mim,
mas dava pra ver direito
o Woody e o sujeitim.

brigava, os dois, de soco
de pancada e de xingão
e, quando cansava a mão
usava as perna um poco

e até que, lá de fora
uma sirene se escuta
e, rápido, sem demora
fugiu os feladaputa!

o polícia entrou já tenso
the police! - disse assim
já tinha fugido todos
e botaro a culpa em mim.

É por isso que cu de bêbado
não tem um dono: tem dez!
Por aqui termina a história
E aqui jaz eu e o jazz.


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